Etanol contribui com qualidade do ar e pode evitar mais mortes por doenças respiratórias decorrentes da poluição atmosférica

O etanol é um biocombustível que sempre vai valer a pena completar o tanque do carro, pois do contrário, não será paga a conta da saúde da população. Segundo a OMS, 9 em cada 10 pessoas no mundo respiram ar inadequado à saúde, devido à presença de particulados finos no ar e a cada ano. Mais de 7 milhões de pessoas morrem pelo simples ato de respirar e bilhões de indivíduos têm sua saúde prejudicada pela poluição do ar.

A professora do Departamento de Tecnologia Sucroalcooleira da UFPB, que atua, principalmente na área de monitoramento e qualidade do ar, Márcia Helena Pontieri, explicou que a poluição atmosférica é uma mistura de gases, tais como monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx), além de partículas, conhecidas como Material Particulado (MP), emitidos por fontes naturais ou principalmente pelas atividades humanas, as chamadas fontes antropogênicas.

          Ela explicou que as indústrias, usinas termoelétricas, os veículos automotores, a agricultura e até mesmo as atividades domésticas podem gerar poluentes atmosféricos. “Mas hoje, a grande preocupação é a queima de combustíveis fósseis, principalmente dos veículos automotores”, alertou a professora que também tem doutorado em Química.

          Para a médica pneumologista, Maria Enedina Scuarcialupi, os pulmões são os órgãos responsáveis pela respiração. Eles trocam o gás carbônico para o ambiente, por oxigênio do ambiente para o nosso sangue. O nariz é o filtro que prende partículas e aquece o ar na temperatura ideal para entrar nos pulmões.

          Ela ainda informou que o ar poluído vem carregado de substâncias particuladas finas que não conseguem ser filtradas, entram nos pulmões provocando lesões diretas nas células respiratórias ou indireta através de substâncias inflamatórias, com isso o ser humano pode apresentar dezenas de doenças ocasionadas pelo ar poluído, que podem afetar os pulmões ou através do sangue afetar outros órgãos.

Segundo a pneumologista, nos pulmões as infecções respiratórias são as consequências mais comuns, como as pneumonias virais e bacterianas, as sinusites, as traqueobronquites agudas e provoca ainda o descontrole de asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).

Maria Enedina Scuarcialupi informou que as doenças respiratórias contribuem significativamente para a elevada mortalidade e incapacidade por agravos à saúde por doenças não transmissíveis.

A médica foi homenageada na série Mulheres na Linha de Frente do Covid pelo Sindicato da Indústria do Álcool da Paraíba (Sindalcool) por suas contribuições para melhor compreensão sobre os efeitos dos poluentes dos combustíveis fósseis, afirmou Edmundo Barbosa, presidente da entidade.

Mas o Brasil já provou que é possível contribuir com a qualidade do ar. Para Edmundo Barbosa, de emissões evitadas, 515 milhões de toneladas de gás carbônico permitiria reflorestar e oferecer maior conforto térmico em toda a região Nordeste.

          Um dos principais contribuintes para isso é um programa audacioso e hoje, exemplo para o mundo que é o RenovaBio, um programa governamental, executado pelo Ministério de Minas e Energia com metas anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, de forma a incentivar o aumento da produção e da participação de biocombustíveis na matriz energética de transportes do país.

          Em artigo do Valor Econômico, a sócia do setor de agronegócios da KPMG, Giovana Araújo informou que, há muito valor a ser gerado na esfera econômica e muito o que avançar nas questões sociais e ambientais no agronegócio no Brasil.

          Ela destacou que na seara ambiental, o país assumiu o compromisso internacional de reduzir as emissões de carbono em 37%, até 2025, e de 43%, até 2030, comparativamente aos níveis de 2005, e nesse sentido, a produção de etanol terá um papel fundamental.