Trabalhadores do corte de cana na Paraíba recebem gratificação compensatória pelo preço do etanol

De acordo com dados do Sindalcool-PB, em um ano já foram pagos cerca de R$ 6 milhões em gratificações aos trabalhadores. A Paraíba é o único estado do país a pagar esse tipo de benefício.

Cerca de 15 mil trabalhadores que atuam no corte da cana-de-açúcar das usinas de açúcar e etanol da Paraíba estão recebendo, desde novembro de 2020, uma gratificação compensatória mensal pelo preço do etanol.  Segundo o Sindicato da Indústria da Fabricação do Álcool na Paraíba (Sindalcool-PB), essa gratificação representa 30% em razão do preço do biocombustível e é uma forma de participação dos trabalhadores no faturamento bruto e distribuição do resultado econômico do setor. 

De acordo com dados do Sindalcool-PB, de novembro de 2020 até novembro de 2021, já foram pagos R$ 6.278.659,63 em gratificações aos trabalhadores. O Sindalcool-PB afirma que a Paraíba é o único estado do país a pagar esse tipo de  benefício.

“Esse é um diferencial da Paraíba. Só aqui existe essa gratificação compensatória aos trabalhadores, que é dada na medida que sobe o preço do álcool e, por consequência, sobe o preço da cana.  Os trabalhadores recebem mensalmente 30% a mais dos seus ganhos. Isso é uma forma muito interessante de compensar e levar os trabalhadores a participarem dos ganhos que a indústria está tendo. Essa também é uma forma de fortalecer, cada vez mais, a confiança nas relações de trabalho entre usinas e trabalhadores”, diz o presidente-executivo do Sindalcool-PB, Edmundo Barbosa. 

Essa gratificação compensatória foi estipulada por uma convenção celebrada entre o Sindalcool-PB e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura na Paraíba (Fetag). Entre outros termos, o acordo estabelece que o preço referencial líquido da tonelada de cana de cada mês, que é aferido pelo Consecana, é publicado em meio eletrônico pelo Sindalcool-PB e informado mensalmente para pagamento no mês seguinte, além de ser divulgado para todos os signatários da convenção.

O setor sucroenergético no estado representa uma cadeia produtiva que reúne usinas e destilarias, incluindo 1.500 mil produtores rurais, 21.800 empregos diretos e 44 mil postos de trabalho indiretos, em mais de 26 cidades. É um dos que mais gera emprego, renda e impostos na Paraíba. 

“Quanto maior o consumo de etanol, melhores as condições sociais. A solidariedade é um caminho para um Brasil menos desigual e com mais equidade e prosperidade”, comenta Edmundo. 

Sindalcool-PB também busca melhorias de produtividade para trabalhadores 

Além da gratificação compensatória paga aos trabalhadores, o Sindalcool-PB está buscando alternativas para melhorar a produtividade do trabalhador do corte de cana. O presidente-executivo do Sindalcool-PB, Edmundo Barbosa, e presidentes de sindicatos de trabalhadores rurais recentemente fizeram visitas nas frentes de corte com o objetivo de desenvolver uma ferramenta portátil que possa aumentar a produtividade dos trabalhadores e que também atenda as necessidades dos processos industriais.

“Essa busca por essa ferramenta, é ainda hoje uma pesquisa, pretende obter maior produtividade e corte mecanizado manual em áreas de maior declividade, poderá oferecer melhores condições para o trabalhador usar a máquina no corte de cana com toda a segurança, mas também usar a mesma máquina como motocultivador no seu roçado, evitando assim o uso do herbicida, pois o motocultivador corta e enterra toda a erva daninha que está atrapalhando o crescimento da planta”, afirma Edmundo. 
Essa ferramenta inovadora poderá substituir o tradicional facão no corte de cana. O estudo para o seu desenvolvimento tem a participação da Stihl, empresa fabricante de equipamentos para colheita e motocultivadores na agricultura, e da Agência de Inovação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).